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Poconé - Porto Jofre

  • Pantanal 360
  • 20 de out.
  • 5 min de leitura

Com tudo feito em Diamantino e Alto Paraguai, retornamos a Cuiabá para a próxima etapa da expedição, o Porto Jofre em Poconé!

Era para sairmos na segunda, descansar um dia a mais. Depois de quase 2.000 km rodados, até seria bom, mas resolvi sair no domingo, e essa foi a melhor decisão que tomamos!


Como sempre saímos com o dia escuro ainda, as 4:00 hs da manhã, quem quer boas fotos, tem que acordar muito cedo, eu já havia planejado estar no quilômetro 18 da Estrada Parque Transpantaneira, lá tem três pontes sobre o corixo do Rio Bento Gomes, e o nascer do sol é maravilhoso, sempre refletido nas águas do corixo, e sempre com vida selvagem aproveitando as primeiras horas da manhã, pássaros, cachorros do mato, e quando damos sorte, uma família de Ariranhas, que desta vez não apareceram, mas mesmo assim, sempre vale a pena estar lá quando o sol nasce, e dessa vez valeu, ele nasceu em meio a uma chuva que estava no horizonte fazendo um grande espetáculo de tons rosa, vermelho e amarelo.


Saímos de lá e voltamos a cidade para um merecido café da manhã na padaria da praça da igreja, pão de queijo, café e misto quente, Francisco já escaldado com minhas longas horas de fotografia, na qual esqueço de almoçar e quase o mato de fome, comeu pão com ovo e café!


Voltamos para a Transpantaneira, com o tanque cheio, a estrada tem 150 km de extensão e nenhum posto de gasolina, e muitas pontes, são cerca de 130, então é sempre bom ir de tanque cheio. Paramos na Aymara Lodge no km 25 para dar um salve no Giuliano, fiz algumas fotos lá, e dali fomos para a Pouso Alegre no km 38, e essa fazenda e pousada é muito especial para mim, foi ali que aprendi muito do Pantanal com o Luís Vicente, e muito da minha fotografia de natureza se aprimorou ali, observando, conhecendo a luz do Pantanal, a fazenda é muito preservada e une magistralmente o modo de vida do pantaneiro com o turismo de observação da natureza, lá fiz muitas fotos que gosto muito, e claro eu queria mostrar dentro do Pantanal 360 esse modo de vida integrado com o gado e o eco turismo.


Saímos de lá e continuamos nosso caminho rumo ao Porto Jofre, parando no Rio Pixaim, que fica no km 90, e fizemos algumas fotos, que ficaram muito bonitas, céu muito azul com nuvens branquinhas, em contraste com a água muito escura do Pixaim, que formaram um belo espelho do céu. Observei o horizonte com o drone e nem sinal de chuva, almoçamos lá, no Hotel Pantanal Mato Grosso, peixe e farofa de banana, Francisco gostou muito do peixe.


Quando chegamos ao km 75, a chuva começou, bem mansa a princípio, mas engrossou muito rápido, tornando a estrada muito escorregadia, liguei o 4x4 e tocamos. Com a chuva aumentando cada vez mais, começamos a andar de lado, e a praticamente 10 km/h, achei que iríamos atolar várias vezes, até que quando o sol estava se pondo ela parou, e nós também, em cima de uma ponte de madeira.

Descobrimos porque andávamos de lado, a roda traseira direita estava tão tomada pelo barro, que praticamente travou dentro da caixa de rodas, Francisco meu intrépido auxiliar, meteu a mão e tirou quase todo o barro! 

E o por do sol, nossa, foi de uma beleza singular, há 20 anos vou ao Pantanal fotografar, e ele me surpreendeu, tons avermelhados, roxos por conta das nuvens carregadas, e os últimos raios de sol atravessando um brecha nas nuvens formaram um arco íris como eu nunca havia visto! Fizemos um vídeo, e muitas, mas muitas fotos mesmo, afinal um espetáculo não se perde, se aprecia e registra!


Seguimos viagem com uma chuvinha mansa, mas com a roda destravada, foi um pouco mais fácil, e chegamos a Fundação Panthera na fazenda Jofre Velho por volta das 20:00, do começo da chuva pouco depois no Pixaim, que eram umas 14:00, foram seis horas para percorrer pouco mais de 90 km.



05 - O Porto Jofre


Como de costume acordamos antes do sol sair, e já preparei tudo para fazer o primeiro vôo do dia com o drone. Antes avistei os cavalos pastando em frente a sede da Jofre Velho com o sol começando a sair, uma cena linda que registrei, o cavalo Pantaneiro, é uma parte importante da lida no Pantanal, ele foi se adaptando ao longo dos séculos para ficar com as patas totalmente imersas, e ele consegue pastar o capim tenro dos alagados fechando suas narinas, o conjunto cavalo e homem pantaneiro fazem um par perfeito na lida desse lugar tão exuberante e selvagem.

Decolei o drone e tive uma grande surpresa, toda a umidade da chuva do dia anterior subiu em forma de névoa, e com as nuvens baixas da alta umidade formaram um espetáculo que eu nunca havia presenciado no Pantanal!

O sol entre as nuvens e a bruma formaram uma cena idílica, de rara beleza, com certeza uma das fotos mais belas que já fiz nesses meus 28 anos de fotografia!


Tomamos café e partimos para a Transpantaneira, eu queria re-fotografar os lugares do último grande incêndio do Pantanal, a temporada 2024/2025, onde no quilômetro 135 ao 140 eu registrei uma linha de incêndio com mais de 60 km!

Decolei o drone, e vi muitas árvores mortas, mas tambem ví a recuperação dos campos, o que preocupa é que segundo a Prof. Dra. Solange Ikeda, com a morte das grandes árvores como o Cambará, muitas aves perdem seus lugares de pouso e ninho, suas flores fazem falta às abelhas e outros insetos, e aos peixes que na época das águas comem essas flores. 

O tempo ficou mais fechado, mas não choveu, fotos em vários pontos que previamente marquei com o GPS para repetir nessa época de águas e voltamos para a pousada no pôr do sol, que praticamente foi embora sem alarde, pois nublou mais ainda.


06 - Porto Jofre - Parque Encontro das Águas.


Cedinho fomos ao seu Buré para ele nos levar onde fui em 2024, o Parque do Encontro das Águas, foi lá que em 2024 o incêndio começou e se alastrou até Poconé, que dista em linha reta 130 km, foram uns 40 minutos rio Cuiabá acima, perto da foz do rio São Lourenço, muita vida pelo caminho, o Pantanal tem sua resiliência, apesar da grande fragilidade em seu equilíbrio.

Chegamos ao ponto que marquei no GPS e fiz o vôo e as panorâmicas, a vegetação rasteira e os cipós típicos do Pantanal se regenera, mas muitas árvores de grande e médio porte morreram, e nesse pedaço do Parque, ocorreu o fogo subterrâneo, matando muita vida que é invisível a fotografia ou aos nosso olhos!


Voltamos para a Fundação Panthera, organizamos tudo, tiramos o excesso de barro que já estava seco das rodas do carro e voltamos para Poconé, fazendo mais algumas fotos e apreciando a paisagem pantaneira!


 
 
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