O dia chegou!! A navegação de Cáceres até a Serra do Amolar.
- Pantanal 360
- 20 de out.
- 3 min de leitura
Acordamos as 3:40 da manhã, e só colocamos os equipamentos no carro, as malas já deixamos lá antes de dormir. Saímos as 4:15 para buscar a Laíse, minha colega jornalista, cacerence de criação, que há muito queria fazer essa viagem também, e ela foi uma das grandes incentivadoras para escrever o projeto e coloca-lo em prática. Pegamos a BR 070, cheios de assunto, pois, fui colocando ela ao par de como estavam as viagens, o que eu ví, como me senti fazendo as fotos, a Laíse é uma grande companheira nesses assuntos de preservação do meio ambiente!
Chegamos a Cáceres por volta de 7:30 da manhã, e fomos direto para o Barco Cobra Grande, nossa casa pelos próximos 8 dias. Fomos recebidos pelo Jean que nos acomodou e apresentou a tripulação, o Capitão Dito Paraguaio, Gaspar garçom e faz tudo, Adriano e Barba, nossos piloteiros e o Wlington o cozinheiro, que havia preparado um café da manhã muito farto e gostoso.
Zarpamos as 8 horas em ponto, e assim começamos a parte mais esperada da nossa jornada, para o Francisco tudo era uma grande novidade, pois mineiro, nunca havia visto o Rio Paraguai e ele se admirou do tamanho, e impossível não comparar com a nascente que ele havia conhecido há poucos dias, Laise estava feliz, o rio fez parte da infância e adolescência dela, nascida em Alta Floresta, sua família mudou-se para Cáceres quando ela tinha pouco mais de 1 ano de vida, então o Rio Paraguai povoa todas as boas lembranças dela, quanto a mim, era um misto de emoção, com realização, há muito eu queria conhecer e principalmente fotografar o Pantanal mais profundo, onde poucas pessoas passam ou vivem, ver a exuberância dos meandros e baias, sentir os cheiros, observar o por e nascer do sol de dentro do rio, ver o céu noturno, que com certeza é muito estrelado! Enfim, a realização de um sonho.
Deixamos a cidade para trás e logo depois do almoço, chegamos a Fazenda Barranco Vermelho, uma importante indústria de Charque do século XX, essa região do Pantanal sempre foi berço de grandes criadores de gado, e devido a pouca infra estrutura viária, o rio sempre foi o principal meio de transporte e escoamento do gado em pé e de sua carne.
Perto das 17:00 chegamos a Fazenda Descalvados, outra importante indústria de Charque e abate de bovinos, vindos de todos os lugares as margens do Rio Paraguai desde Corumbá e também do Rio Cuiabá.
Fundada logo após a guerra do Paraguai no século XIX, e da decadência das industrias de Charque do Uruguai, ela teve sua maior importância durante a II Guerra Mundial, de suas instalações e navegando rio Paraguai abaixo, saíram por volta de 30% de toda proteína consumida pelas tropas aliadas na Europa e Africa. Uma contribuição importante para o esforço de derrotar as forças do eixo e o fascismo que se abatia por todo Europa.
Quando o sol começou a se pôr o Pantanal revelou todo seu esplendor, uma profusão de tons de rosa e vermelho que me deixaram sem palavras! Tudo que eu tinha para falar, o fiz através da minha câmera. Paramos de navegar por volta das 18 hs. bem próximo a entrada da Reserva da Biosfera Taiamã. Noite muito estrelada, mas com um grande inconveniente, uma espécie de mariposa muito pequena, e de cor branca, tomou conta do barco, mas não pensem que eram algumas, eram centenas de milhares atraídas pelas luzes da nossa chalana, os piloteiros disseram que nessas épocas de águas ela é muito comum. Conversei com a triulação, eu e minhas dúvidas e curiosidades, aprendi alguns termos náutico, popa (parte traseira do barco), proa (dianteira), boreste (esquerda), bombordo (direita), meia nau (a metade), o Capitão Dito Paraguaio é muito simpático e paciente com todas as minhas curiosidades sobre novos assuntos. Dormir e esperar o nascer do sol, que será na Reserva Taiamã!







































