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Cáceres – Gaíva / Amolar

  • Pantanal 360
  • 20 de out.
  • 3 min de leitura

cordamos já próximos à Baía Gaíva, a maior do Rio Paraguai. Capitão Dito me contou das épocas em que o gado criado na Bolívia era transportado por ela e subia o Paraguai até Descalvados. Ela fica na fronteira dos dois países, integrando nosso Pantanal com o povo tradicional chiquitano da Bolívia.

Nem bem o sol saiu, entramos na voadeira com o Barba para ir até a entrada da Baía Gaíva. Hoje o dia amanheceu com o céu muito azul e foi nublando, no Pantanal é assim, tudo muda muito rápido em época de chuvas. Como estamos na época de chuvas no Pantanal — ela começa em novembro e se estende até o fim de abril. Eu sabia dos riscos de pegar muita chuva nessa viagem, fui até aconselhado a adiar para abril, mas segui meu feeling. Queria esse Pantanal cheio, e se chover, teremos fotos da chuva sobre ele. As pessoas precisam ver como é exuberante isso tudo, cheio de água e, portanto, de vida!

Seguimos descendo o rio e, no caminho, encontramos uma família de bugios: eram cinco indivíduos, pretos e castanhos, e somente um bem ruivo. Estavam tomando o sol da manhã e comendo folhas. Um bem filhotinho se agarrou ao corpo da mãe quando chegamos perto com o barco; ficou tão junto, que era até difícil de vê-lo! Fiz algumas fotos, Francisco alguns vídeos. Era a primeira vez que ele via macaco bugio e até se assustou com a vocalização do macho: “Cruz credo, sozinho no mato ouvir isso eu saio correndo!”, e todos rimos muito!

Decolei o drone e comecei a fazer as fotos panorâmicas. Mesmo com o dia nublado, que visual incrível! Muita água, a perder de vista no horizonte. Na volta, entraremos nela. Com esse tempo de chuva, é perigoso, segundo o Barba. Quando começa a chover e ventar, as ondas ficam muito grandes, e é muito perigoso o barco naufragar.

Voltamos à chalana e ficamos apreciando a vista, que já começa a mudar. A Serra do Amolar começa a aparecer no horizonte. O que era muito plano começa a ficar salpicado de morraria, umas mais baixas, outras mais altas. É muito diferente do Pantanal na nossa imaginação, e isso me surpreendeu.

Por volta do meio-dia, chegamos na Baía Uberaba, outro colosso de água. Por estar mais próxima do Rio Paraguai, parece ser ainda maior que a Gaíva. Descemos novamente da chalana e fizemos mais fotos panorâmicas aéreas.

Logo depois da Uberaba, a Serra do Amolar começou a ficar mais próxima, e é uma visão extraordinária: morros muito altos de um cinza que estava se misturando ao céu nublado. Nuvens carregadas no topo davam um ar misterioso e de muita contemplação. Começou uma garoa mansa, que foi aumentando até se tornar uma chuva forte. Estávamos já próximos à boca do Cuiabá, chegando na comunidade São Lourenço, e Capitão Dito encostou na margem e amarrou a chalana. Ele disse que ali os ventos são perigosos. A chuva engrossou muito e começou a ventar. Portanto, por segurança, aportamos.

A chuva passou, e continuamos a navegar, agora contornando a Serra do Amolar. Fizemos muitas fotos do deck e logo depois chegamos à Comunidade Amolar. Eram por volta das 16 horas. A chuva nos segurou por mais de uma hora, mas chegamos ao nosso destino em segurança!

Céu muito cinza e, às vezes, uma garoa fina, mas o visual das casas ao pé do morro era idílico! Aproveitei para já salvar as fotos dos cartões e organizar tudo que havia feito até ali. A chuva ia e voltava, às vezes mansa e outras mais forte.

Nesse dia, consegui pescar. Peguei uma cachara de uns 5 kg, mas fora da medida, então devolvi ela ao rio para crescer mais! Adriano e Barba pegaram piranhas, e o Wellington com o Gaspar prepararam um caldo de piranha maravilhoso, que com uma cerveja foi sensacional para comemorarmos as fotos e experiências tão boas que estávamos vivendo na viagem!

Dormi cedo, queria acordar muito cedo para ver como a luz se comportaria ali, e fui dormir com uma sensação muito boa!


 
 
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